Versus
- Dan Elias
- 28 de dez. de 2018
- 1 min de leitura

Tudo que boto na balança, Ou vai pra um lado, ou dança, Não tem jeito, Eu sou esse extremo sentimento, Que escapa pelas beiradas, Essa garrafa que pinga, que vaza, Que esvazia seu conteúdo de graça, De amor e ódio, de ódio ou amor, E cloreto de sódio, E também essência de baunilha,
Eu gostaria de flutuar, Como quem posta fotos na praia, Como quem ri sem psicotizar, E não tem medo da própria alegria, Entretanto, eu coço minha alergia, A tudo e qualquer coisa que seja leve, Espirro com o pó que a liberdade levanta, Mas quem voa nunca se espanta, Com simplicidade de ser quem é,
Tento não matar os outros com o meu amor, Mas sufoco, e ainda peço troco, Mas nunca tem bala pra mim, Pois eu troco cereja por melancia, E paz por arritmia, Invés de tristeza por alegria,
Mas eis que quebra essa balança, Cansada dessa maldita cobrança, De ser isso ou aquilo, Ou de ser aquilo e não isso, E penso que não é mais preciso, Escolher com tanto rigor, Pois nunca tive certeza, Se eu era mesmo eu mesmo, Ou o eco eterno de alguém.
Comentários