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Na Minha Vitrola


Ninguém passa por mim sem deixar uma trilha sonora,

Uma batucada, uma levada, um sambinha,

Às vezes é só um hit, que passa,

Outras é uma fina e pura obra de arte,

Que até me assusta pela qualidade,

Me confundem quando misturam calmaria com gritaria,

Me irritam quando botam jazz no meio de tudo,

Me assustam quando dizem que não tem espaço para a MPB,

Me confortam quando cantam um verso singelo e sofrido,

Mas a verdade é que eu não compro discos novos com facilidade,

Eles precisam me convencer que merecem estar em minha vitrola,

Que vale a pena dedicar meus ouvidos a suas atmosferas,

Alguns só quero ouvir uma vez só, pois sei que não são pra mim,

Outros vou precisar quando estiver triste, aí eles é que me ouvem,

Alguns eu ouço escondido, sem que eles percebam,

Outros eu ouço uma música só e me basta,

Eu vou acumulando essas trilhas sonoras,

Esperando que me guiem quando eu precisar, que me orientem,

Qual o sentido certo para girar e emitir som?

Quando é a hora de virar para o outro lado porque as faixas já acabaram?

Vale tocar o disco de trás pra frente?

Tem arranhado que gosto, me arranha, mas eu gosto,

Tem verso que me irrita, porque é bonito demais,

Tem solo de guitarra que faz eu me sentir corajoso, como se pudesse ser parecido com ele,

Mas tem um disco que eu quero ouvir até furar,

Tem um disco que eu quero ouvir e quero que me ouça na mesma frequência,

Tem um disco que cada vez que eu ouvir, vai ser um novo disco,

Mesmo sendo o mesmo disco, será outro, novo, novinho em folha, lançamento,

Porque é meu disco favorito,

E é uma escolha ouvi-lo novamente e me encantar de novo com ele.

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